Rondinelli o Deus da Raça, exemplo de quem sempre honrou as cores do Flamengo dentro de campo. |
Quando esse ano começou, todos os Rubro-Negros estavam
cheios de esperança depois do terrível ano de 2010. O elenco ia ser repaginado,
contrataram Ronaldinho e Thiago Neves, mantiveram o Luxemburgo e tudo parecia
estar indo bem.
As nossas expectativas cresceram quando os meninos da base
doutrinaram geral na Copinha e trouxeram o primeiro caneco de uma temporada que
prometia muitos. No Carioca o time sofria para jogar bem, mas ia vencendo e
rapidamente já comemorávamos as conquistas das taças Guanabara, Rio e do
Estadual.
A invencibilidade do Mengão caiu enquanto nós ainda
comemorávamos nosso 32º título regional, diante do fraco Ceará, e lá se foi a chance de
trazer mais uma Copa do Brasil além da vaga pra Libertadores. Tudo bem, tudo
certo, o negócio do Flamengo é ganhar Brasileiro, vamos em busca do Hepta.
E começamos o nacional capengando até que o time se acertou
e pareceu que o Luxa havia finalmente conseguido colocar a rapaziada nos trilhos.
Degustamos cada segundo daquela virada histórica contra o Santos na Vila e
vivemos mais algumas rodadas de uma alegria empolgante.
Enquanto ríamos do medo que o Bonde do Mengão estava colocando
na vida dos nossos adversários e tirávamos onda com a nossa campanha sem
nenhuma derrota até ali, o time foi entrando na nossa pilha e esquecendo que as
vitórias dependem também do suor deles em campo. O resultado foi uma derrota
humilhante para o Atlético-GO em casa.
“Tá tranqüilo, uma hora o Fla tinha que perder mesmo”. Foi
essa a frase que todo o Rubro-Negro disse naqueles dias por várias vezes. Mas o
time foi só caindo de produção, e não conseguia reagir. Nós culpávamos o Deivid
e Wellington e a cada jogo íamos assistir com a esperança de que o time do
primeiro turno retornasse e vencesse de novo.
Mas foram dez jogos sem vitória até o jogo contra o América
Mineiro, ganho na base do abafa. A esperança de outra arrancada nos encheu o
peito e continuamos acreditando em um ano perfeito com uma arrancada para o
Hepta como a que nos levou ao Hexa. E
até ganhamos jogos difíceis contra o São Paulo e o Flor. Mas aquele time do
jogo contra o Santos nunca mais voltou.
O Flamengo veio para esse final de campeonato alternando
resultados positivos e negativos e a torcida também revezava entre momentos de
alegria e certeza de que seríamos campeões e outros momentos de tristeza e
revolta.
A torcida chegou até a achar que a culpa era sua pelas
atuações inconsistentes dos jogadores. Fizeram uma campanha que, pelo menos a
mim, comoveu. O time então goleou o Cruzeiro em casa e manteve a luz do Hexa
acesa no fim de um túnel que parecia não tão distante. Nos animamos de novo. A expectativa para o jogo contra o Coritiba era de vitória para emplacar, mas
perdemos com uma atuação vergonhosa.
Contra o Figueirense na última Quinta foi a gota d’água, um
time que, apesar do nosso apoio e da nossa confiança nele, não jogou como
Flamengo. Um time que poderia estar vestindo uma camisa listrada de preto e
branco com uma estrela solitária no peito, de tão sem sangue nas veias.
O nosso camisa 10 sumiu, não agüenta o peso da
responsabilidade e não merece o peso de uma camisa que foi usada por Zico, Pet
e muitos outros craques que davam a vida dentro de campo. Não jogou nada,
recebeu um lançamento perfeito do garoto Thomás e se atrapalhou todo dentro da
área. Bateu uma falta displicentemente no final que se fosse cobrada com um
mínimo de concentração poderia ter nos dado a vitória e os três pontos.
O Flamengo para o ano que vem vai precisar de outra
reformulação, esse time (tirando raras exceções) não tem compromisso nenhum com
o escudo que eles defendem, com os trinta e cinco milhões de corações que
torcem por eles e nem com as famílias deles, que com certeza esperam mais do que
o que eles estão mostrando em campo.
Muitos já passaram pelo Flamengo, vários fizeram historia,
dezenas foram craques do futebol, outros tantos não eram tão habilidosos e nem
tinham talento acima da média com a bola. Mas todos os que escreveram o
nome na gloriosa história do Mengão tinham respeito pela torcida, pela história
do clube e, principalmente, eles tinham RAÇA!
Encerro aqui um desabafo sobre um time que mostrou apenas
lampejos de Flamengo. Que venha 2012, com Libertadores ou não, mas com um time
realmente Rubro-Negro!
SRN!
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